De olho na alta tecnologia PGPI

Instituição de pesquisa ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e empresa de engenharia e consultoria unem suas expertises para atender à demanda do mercado brasileiro na área de serviços de manutenção industrial.

Com o objetivo de garantir o domínio aprofundado da natureza da corrosão nas fábricas e preencher uma lacuna na oferta de métodos preventivos e preditivos, a M. Hamsi, empresa de engenharia especializada na gestão completa do processo de manutenção, e a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec), entidade sem fins lucrativos que apóia a UFRJ, firmam acordo para expandir no país uma metodologia inédita para manutenção industrial.

Estima-se que no Brasil os gastos com a corrosão correspondam a 3,5% do PIB e nas indústrias mais sujeitas às ações corrosivas, como o setor químico e petroquímico, o percentual possa ser ainda maior em função de seu custo-benefício. A Fundação, que opera por meio de convênios com empresas, passa a disponibilizar todo seu aparato técnico-científico em conjunto com a M. Hamsi, incluindo aparelhos de medidas, RH e relatórios, possibilitando uma avaliação segura de cada ocorrência e a tomada de ações mais assertivas.

Nos projetos, a consultoria oferece todo o maquinário e a infra-estrutura para a execução do
projeto, o que envolve materiais, qualidade, segurança, meio ambiente e equipamentos, além de um sistema informatizado de gestão, o PGPI, tecnologia própria para o controle do inventário das plantas
industriais e da execução da obra, assim como para a administração do ciclo de repintura. “As indústrias se mobilizam quando a situação já não tem mais controle, de acordo com o princípio do custo mínimo”, explica Luiz Roberto Martins de Miranda, professor e pesquisador na área de corrosão dos metais da Coppetec.

A M. Hamsi se beneficiará do embasamento científico que a análise provê através do corpo de prova aplicada pela Coppetec. A técnica, que envolve medidas in situ, isto é, no ponto de origem,laboratoriais, em cupons, nos eletrólitos e nos meios corrosivos reais, já é adotada pela instituição há 30 anos em seus diversos projetos. “Sendo a corrosão um fenômeno eletroquímico, são necessárias medidas eletroquímicas para diagnosticar seu nível com exatidão”, completa Miranda.

De acordo com o pesquisador, a falta de uma orientação tecnológica leva as empresas a efetuarem despesas vultosas com aquisição de tintas e contratos de pintura que podem não surtir efeito. “A solução não está somente na tinta, existem outros procedimentos que trazem mais resultado, dependendo de cada caso”, ressalta o professor.

Amplamente utilizadas no exterior, soluções como o PGPI, única no país, ainda são pouco difundidas entre os usuários brasileiros. Miranda esclarece que o mercado nacional de aplicação de pintura é conservador e fortemente arraigado em normas técnicas, nem sempre corretas, métodos antiquados ou catálogos de vendas. “O PGPI contribui para suprir a carência das corporações por uma solução que gerencie o processo de ponta a ponta, amenizando os prejuízos causados com a corrosão”, considera ele.

Por ter um papel de interface com a indústria e as pesquisas desenvolvidas pela UFRJ, a entidade vem demonstrando, por meio de consultorias e patentes de novas tecnologias na área de pintura, que a manutenção preventiva e preditiva é bem mais vantajosa econômica e tecnicamente que a rotineira e emergencial por evitar possíveis gargalos na produção. Os contratos com as corporações são determinantes para a existência da Fundação. “Qualquer solicitação que vier da M. Hamsi em relação à nossa base científica, que não estiver disponível no mercado ou que for pouco conhecida por ele, será muito bem-vinda”, ressalta Miranda.

A parceria prevê a ampliação do número de clientes para ambas as partes. Recentemente, a consultoria participou, junto com a equipe da Coppetec, coordenada pelo professor Miranda, da elaboração de uma proposta de controle integral da corrosão utilizando as técnicas eletroquímicas para uma grande indústria de celulose.
Com uma carteira de 45 clientes – entre eles Alcoa, Bayer, Shell, Comgás, Boehringer, Hoechst, Hospital Albert Einstein, Playcenter –, a M. Hamsi é a única empresa brasileira a oferecer esse serviço.

“Como a área de manutenção costuma dispor de verbas muito reduzidas em relação a outros setores da companhia e os gastos com a corrosão são extremamente altos, nossa prestação de serviço alia a excelência na qualidade à viabilidade financeira,” comenta Marcelo Hamsi, diretor da M. Hamsi.

A Fundação Coppetec também atende às indústrias de grande porte como Petrobras, Companhia Vale, Aracruz Celulose, além de numerosas solicitações do mercado.

Fonte: Revista TN Petróleo

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